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Crescem os mercados, cresce a felicidade?
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Inflação atinge novo máximo
No gráfico desta semana analisamos dois temas que raramente são colocados lado a lado, o desempenho dos mercados acionistas e a evolução do bem-estar subjetivo das populações. Será que ambos estão diretamente relacionados?
Para isso, escolhemos 5 países com perfis económicos e sociais bastante distintos e os seus respetivos índices de referência.
- Estados Unidos – S&P 500
Apesar de o S&P 500 ter registado um desempenho impressionante nos últimos 20 anos, com um crescimento total de 623,99% (10,18% ao ano), os níveis de felicidade nos EUA estagnaram, ou, na realidade caíram ligeiramente, de 7.182 em 2006 para 6.959 em 2024.
Esta divergência pode estar relacionada com fatores estruturais, como o aumento da desigualdade, o custo de vida elevado, os altos níveis de stress laboral, a polarização política e, até mesmo, perda de confiança nas instituições.
Existe a sensação de que o forte desempenho dos mercados beneficiou sobretudo os mais ricos, enquanto a perceção de bem-estar geral da população tem sido comprometida por pressões sociais e económicas persistentes.
- Brasil – Ibovespa
O Ibovespa até tem demonstrado fortes desempenhos no mercado, com um crescimento de 423,08% (8,44% ao ano) desde 2005, mas a felicidade do povo brasileiro, apesar de apresentar uma ligeira subida de 2005 a 2013, onde atingiu o seu máximo de 7,140, tem vindo a cair desde esse ano, tendo atingindo o seu mínimo (6,010) em 2021.
Esta queda coincide com uma altura de aumento da insegurança, crises políticas, escândalos de corrupção e a deterioração dos serviços públicos. Isto mostra que o forte crescimento do mercado acionista não se traduziu em progresso social amplo, refletindo também uma desconexão entre o mercado financeiro e a realidade da maioria da população.
- Portugal – PSI20
O PSI20 apesar de ter apresentado o pior desempenho do grupo, crescendo apenas 118,9% (3,91% ao ano) em 20 anos, Portugal registou uma das maiores subidas na avaliação da felicidade, principalmente desde 2012, onde atingiu o seu mínimo com 4,994. Esta melhoria pode ser atribuída à recuperação económica pós-troika, estabilidade política e aumento da perceção de qualidade de vida. Isto mostra que o bem-estar subjetivo pode melhorar mesmo sem uma forte valorização de mercado, desde que haja confiança institucional e coesão social.
- Japão – Nikkei 225
O Nikkei 225 cresceu de forma sólida, 376,56% ou 7,94% anuais, impulsionado por estímulos monetários e reformas estruturais. No entanto, os níveis de felicidade mantiveram-se estáveis e, relativamente baixos tendo em conta o que seria espectável. A sociedade japonesa enfrenta grandes desafios, como o envelhecimento populacional, rigidez no mercado de trabalho e elevada pressão profissional, o que impacta negativamente na qualidade de vida, apesar da prosperidade económica.
- Finlândia – OMX Helsinki
A Finlândia combina um grande crescimento do OMX Helsinki, 527,68% ou 9,41% ao ano, com os níveis de felicidade mais altos do mundo. O país destaca-se pela confiança nas instituições, baixa desigualdade, políticas sociais robustas, forte apoio à saúde mental e elevada qualidade de vida. É o único caso, neste grupo, onde há uma correlação positiva clara entre desenvolvimento económico sustentado e bem-estar subjetivo elevado.
Quando olhamos para a pergunta inicial a resposta é clara, não há correlação. Nem sempre há uma subida da felicidade quando os mercados acionistas valorizam.
O exemplo da Finlândia é o mais próximo de um equilíbrio saudável entre o progresso económico e o bem-estar social. Já em países como o Brasil e os EUA, apesar da bolsa estar quase em máximos históricos, o sentimento da população não acompanha. Estes dois países enfrentam um desafio comum – polarização da sua sociedade.
Os mercados medem crescimento. A felicidade mede progresso.


Fonte: Bloomberg & World Happiness Report (Home | The World Happiness Report)
Autor: Direção de Wealth Management (DWM)


Fonte: Bloomberg & World Happiness Report (Home | The World Happiness Report)
Autor: Direção de Wealth Management (DWM)
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